“Mas o que tendes, retende-o até que eu venha” (Apoc. 2:25) O que significa “retende-o até que eu venha”. O que é reter? É perseverar, continuar, prosseguir. Porque não tem como projetar-se à frente sem um processo de fixação. Porque o perseverar, porque reter até o fim, até que eu venha? Porque nós estamos em um processo repetitivo normal, implementando reflexos (Pensamento e Vida, capítulo 1) dentro de nós. E, enquanto, o reflexo não se encontra perfeitamente sulcado na nossa intimidade mental, não temos ainda uma perfeita identidade com aqueles padrões. Então, a maioria, para não dizer todos os mecanismos dos reflexos, com o decorrer do tempo deixam de ser a tônica do nosso interesse no campo da vida em si, e passam a ser utilizados no grande futuro como verdadeiros instrumentos projetores da evolução.
(P) – É aí que está a autoridade?
(H) – É aí que está a autoridade. Eu posso estar informado. Quando eu estou informado, acontece assim na informação: aqui[desenho no quadro] desce do alto a chuva de recursos, quando estes recursos me atingem e penetram, de maneira suave aqui, como um esboço. E isto pode desaparecer com a soma da repetição que tenho já dentro de mim de N reflexos, então, este é o plano informativo. Agora, se eu retiver isto, vou notar que isto conseguiu penetrar porque na minha faixa eu fiz isto[no quadro]. Aqui é um ponto acolhedor, um vaso receptivo. Este vaso receptivo apresenta uma energia opositiva, acolhedora. Por exemplo: eu li e conclui que tenho que estar predisposto aquilo. Não há predisposição? E quando eu falo predisposição eu acionei uma energia opositiva[passiva] ou negativa, e vou ter que trabalhar com a positiva[ativa] para poder implementar a linha de fecundação.
Então, dentro de mim, o meu sentimento, que é opositivo, preparou o terreno. Eu estou lendo a obra e recebendo caracteres informativos que são verdadeiras sementes ou semeaduras estão caindo aqui. Então, estes elementos eu vou tentar dar corpo a eles, porque ao dar corpo é como se eu estivesse gestando na intimidade de minha forma mental estes elementos novos. Deu para entender a expressão gestando. Como é que eu estou gestando caracteres dentro de mim? Eu li de maneira ampla, profunda a necessidade do perdão. Para mim é ainda um desafio. Tenho ouvido palestras sobre o perdão… Sou irritadiço, eu ouço uma coisa e não fico sem dar a minha resposta, não levo desaforo para casa. Aí na hora que uma criatura fala uma palavra meio atravessada, naquela hora eu lembro da página: “Honório, calma, calma…” aí eu acrescentei neste valorzinho aqui, um pontinho a mais, com mais tônica. Daí a pouco, outro caso: tal e tal e um elemento me fechou na esquina, a tendência é mandar um palavrão, xingar, mas “Honório, a página!” Aí até agradeci:
– Vai com Deus.
Cheguei no serviço, um minuto atrasado, e o chefe veio em cima:
– Te mando embora!
– Manda logo!
Mas, “Honório calma!”. Então vou dando corpo a isto aqui. Começou a haver o quê? Da informação, eu estou caminhando para formação de caracteres.
(P) – Construção.
(H) – Isto é o viver. E se isto aqui está incorporando ao meu psiquismo, já começou a aliviar uma série de coisas que eram emergentes em cada momento da vida. Notaram isto? Porque os reflexos que estavam aqui começam a perder autoridade, ou perder a sua vez, embora não tenham sido extirpados. E isto aqui passou a incorporar o meu terreno, já é meu valor! E eu tenho que reter. Aí começa então a prova. A prova do copo cheio e o pingo d’água que derrama. Por quê? Porque várias vezes a palavra paciência tem sido intuída em todas as igrejas(Apoc. 1:4). E o que é paciência? É perseverar, é ir até o fim. Porque a paciência define se eu vou ganhando segurança mesmo! E esta segurança vai me dando o que chamamos de autoridade, “até que eu venha”. Então quer dizer que eu tenho que ir levando pancada? Cai um quilo em minha cabeça, cai 2 quilos, depois 10, 50, 200…., até onde vai passar estes quilos aí? Deu a ideia da imagem do peso. Estamos chegando num lugar que é o ápice do peso. Este peso aqui já fornece autoridade para o elemento em sua linha de encaminhamento. E aí você está desonerado, está liberado.
(P) – Aí vem a transformação, é quando não tem que perdoar porque não está sofrendo.
(H) – Transformação. Nós batemos numa tecla da seguinte maneira: é preciso na nossa grande luta de melhoria, de encaminhamento não sermos coniventes com o sofrimento. Coniventes, quer dizer, não abraçar o sofrimento como uma graça que tem que ter na nossa vida. Sejamos seguros, apenas sabendo e procurando administrar o sofrimento quando ele chega. Mas evite definitivamente a curvar-se ao sofrimento, pois, aquele que curva ao sofrimento de maneira passiva, ele está entregando os pontos. Está como que sendo derrotado.