“E foram dadas a mulher duas asas de grande águia”, ou seja, definindo a águia como sendo o exemplo ou a linha figurativa dessas asas. Isso o próprio Emmanuel define que duas asas nos conduzirão que é a razão e o sentimento. Nós nunca tivemos tantas informações relativamente a conjugação entre razão e sentimento, como nós temos hoje. O território espírita aplicativo é um verdadeiro centro operacional do amor. Só querer. Porque existe uma coisa, nós podemos ter somas valiosíssimas de recursos que nos colocam absolutamente enriquecidos diante da vida, mas consta que não existe quem não tenha, uma parcela de necessidades interiores, porque senão, não justificaria a própria evolução.
Como também não existe um que seja dos nossos companheiros aqui que não tenha algo a oferecer. Antes nós falávamos da fome do corpo, das exigências do corpo. Até a caridade que nós temos tentado levar a efeito, ela tem assim, uma insinuação muito grande, dos padrões puramente humanos. Mas uma página lida por nós recentemente, o Espírito diz assim: “saciar aqueles que estão famintos de sabedoria”, famintos de sabedoria, famintos de afeto, famintos de segurança, famintos vamos dizer de uma consolação, e assim sucessivamente. Então nós vamos notar que cada um de nós vai tendo nesta asa do conhecimento, condição de fazer um diagnóstico, uma diagnose, da parte daqueles com quem nós estamos trabalhando. Agora quanto mais o diagnóstico fica na nossa intimidade mental, no sentimento, mais nós nos capacitamos a servir. Agora na medida que o diagnóstico começa a ser relatado, nós podemos criar barreiras intransponíveis de ajuda. É preciso ter esta sensibilidade. Porque é gostoso quando alguém nos entende e não tripudia em cima daquilo que a gente precisa. Cada um tira a sua conclusão. Mas tem criaturas que às vezes não sabe fazer este trabalho. Aponta a dificuldade e a pessoa acha que ela não necessita daquilo. Nós lidamos com centenas de carentes junto de nós. Mas falar que ela está sendo vítima de carências, ela vai brigar conosco. Não sei se vocês estão entendendo. Então, às vezes, é preciso que nós façamos o diagnóstico. Sejamos discretos na revelação do diagnóstico. E sejamos eficientes na transmissão dos recursos terapêuticos e de sustentação desta individualidade. Vamos pensar. Pelo menos é assim que nós temos sentido o sistema. Então “estas duas asas de grande águia” (Apocalipse 12:14) representa um vasto potencial que nós temos. É na medida que a gente vai tendo a capacidade de fazer o diagnóstico, nós vamos tendo capacidade de vibrar com os recursos em nome da outra asa do sentimento, de como oferecer a criatura as nossas cooperações. E ir em frente. Nada de avocar a responsabilidade de solucionar o problema que nós estamos visualizando na criatura, porque a extensão do problema depende, obviamente, da necessidade do paciente e não dos pensamentos e propostas do terapeuta. Vamos falar assim para facilitar a nossa transmissão da ideia. Porque nós podemos sentir que uma criatura tem necessidade X, mas a necessidade X dele está decorrente de que? Do grau de posse que ele tinha naquela área e que ele pode ter manipulado esses valores ou tripudiado esses valores, durante dez, quinze, vinte anos. Não pode, no passado? É nós queremos resolver isso com uma medicação, toma uma colherada disso, toma uma injeção tal que você está bom. E não é. Então nesse particular, nós vamos observar que “tempo, tempos e metade de um tempo” (Apocalipse 12:14) que está aqui, representa o tempo, o período a que cada um de nós está sujeito ao plano do respaldo desses valares embutidos em nossa personalidade. Será que deu para entender? É obvio que dentro desse “tempo, tempos e metade de um tempo” nós temos condições de reduzir, mas por uma capacidade aplicativa de amor que cobre a multidão de pecados, reduzindo tempo e alterando espaço. Agora que compliquei todo mundo. Se não entenderam, falem que eu vou tentar repetir.
Quantas vezes nós falamos assim no lidar com determinada pessoa – Já tem quantos anos que eu tento ajudar esta pessoa e não resolve! – Não tem? Mas nós avocamos a necessidade do paciente, para o nosso interesse, as nossas preocupações e as nossas decepções educacionais. Mexer na área do espírito não é um trabalho da didática comum. Você tem uma linha programada, você tem um currículo que você joga e no fim do ano tem que apressar, tem que prestar prova, passou, passou. Um fato talvez trabalhado numa reunião como esta, poderá ser trabalhado, reciclado e aplicado na próxima encarnação. Não tem como, por mais que a gente tenta levar isto no plano prático, nós temos ainda muitas dificuldades. Porque nós temos situações no nosso campo mental que invalidam a capacidade de atuação. Então voltando, porque esse assunto é muito valioso. Porque no fundo, acontece o seguinte: Imaginemos que nós, como muitos de nós apresentam esta característica: “Vamos resolver o problema!” Mas o problema que está acontecendo, e com isso eu não quero criar no grupo que está nos ouvindo com tanto carinho, uma ideia de deixar de deixar pra lá e esperar o tempo não. Então vamos dizer que aqui[no quadro] nesta parte, eu semeei alguma coisa aqui. E vamos dizer que gastou tempo essa semeadura. Vamos dizer que essa semeadura aqui, ela foi operada num campo de experiência de vida durante 10 anos. Isso aqui é raiz que determina a segunda parte da laçada septenária que nós temos falado aqui. Isso aqui representou três dias meio minhas de atividades aqui. Isto representa que aqui na frente, eu terei mais ou menos esse mesmo parâmetro para solucionar. Então começa o processo aqui. Só que ao invés de ser um processo de semeadura, é um processo de colheita para respaldo do destino. Então a criatura chega aqui e tem que resolver um problema X decorrente dessa natureza de sementeira. Então ela vem com uma rapidez incrível e resolve isso aqui, mas acontece que ela retirou um acontecimento, superou um ângulo nos acontecimentos na vida diária, mas o problema ainda tem que se estender, até onde? E ela fala assim – Dizem que uma coisa complicada não vem sozinha, não é! Resolvi isto, e pá! Outra pancada! – Outra pancada, por quê? Ela está debaixo de que? Deste parâmetro que corresponde a esta sementeira! É preciso que nós tenhamos esta visão para nós não ficarmos aflitos, nem na desesperança e nem entristecidos. Agora enquanto ele vai esperando superar as dificuldades, vamos tentando operar, não é o que vocês falaram? mudando! Então tem gente dando passes para poder encurtar este período. Tem gente que tem que desdobrar a paciência com o outro para encurtar este período. A gente acha que é amor e caridade. É! Mas tem uma grande dose saneadora do destino, dentro disto. Vamos ter em conta este aspecto. É por isso que tem duas asas de uma grande águia! não é isso! Por quê? Porque é vasto o conhecimento que nos visita. Nós cansamos ou não cansamos de falar de Lei de Causa e Efeito, mas não queremos entendê-las. Nós já estamos na luta, no campo que nos acolhe hoje na Doutrina Espírita, que é “esse deserto” entre aspas. A gente vai para ele como o campo de sementeira e de cultivo, para poder encurtar isso aqui. No capítulo 10 da instrução aos discípulos diz aqui assim: “Quando, pois, vos perseguirem nesta cidade”, olhe aqui a dificuldade, “fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem”(Mateus 10:23) Olhem que coisa linda. Então não tem que esgotar não. Se você for dinâmico, corajoso, disposto, envolvido no ânimo e na disposição do amor, você não vai ter que ficar aqui contando – Meu Deus, ainda faltam dois dias, ainda falta um dia e meio, ainda falta. – Nada! Porque a linha da colheita e do respaldo do destino, vem à frente! E a equação se foi aritmética aqui na base de uma proporção, aqui ela é geométrica para cima ou para baixo, positiva ou negativamente. Definindo o novo contexto de respaldo do destino. Então nós temos que estar dotado na atualidade de uma alta dose de paciência operante! Paciência operante! Porque nós estamos cansados de observar uma criatura, que a gente fala assim – Mas poxa se fosse comigo eu já tinha resolvido isto há muito tempo! É simples. – Mas o nível, o patamar perceptível e a gama de desejos, de interesses que ela cultiva e tem que atender? Não adianta! Ela está num piso que é o piso dela. Agora essa escada pertence a um plano globalizado no qual nós estamos integrados.
(P) – A colocação que você trouxe, entre a semeadura e a colheita, é a transição, não é?
(H) – Sem dúvida alguma. Porque nós estamos, em nome da necessidade do semelhante, respaldando a nossa necessidade íntima, de saneamento do destino! É dentro desta filosofia que nós estamos estudando o Apocalipse.
(Recorte das transcrições dos Estudos de Evolução coordenados por Honório Abreu, revisado.)
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