“E eles o venceram pelo sangue do cordeiro” (Apocalipse 12:11) quer dizer, os que estavam em luta com o dragão. Venceram no sentido de desativar, porque temos que ter em conta, que vencer o mal não aniquilar o mal porque ele tem presenças na extensão universal. Porque o mal é o instrumento de evolução dos seres. É com o mal que nós nos encaminhamos no campo fixador dos caracteres de elevação. Então o dia que tirar a ignorância do Universo, os mestres estão desempregados; o dia que a doença acabar no universo, os médicos serão banidos; o dia que o Universo estiver todo edificado na linha superior da inspiração divina, arquitetos, engenheiros, não terão mais emprego. O dia que a ignorância for eliminada, a evolução coagula, passa a não ter mais evolução. Fica tudo na posição estática. Eu acho que o povo tem condição de entender o que eu falei aqui, ou não deu para entender?
(P) – Eu entendi dentro do que você está falando o que eu estou entendendo na verdade é uma uma interação com esse acusador, uma transformação intima para conviver com isso e aqui ele está falando que o acusador ele foi expulso, esse expulso dá uma conotação de desprezo, não é não?
(H) – Mas não vamos misturar expressão literal e querer interpretar pelo literal não. Você entendeu o que nós falamos! Então quando diz o evangelho no capítulo 5 de Mateus, lá no final: “Amai os vossos inimigos”, é uma aberração para quem está estudando a letra. E nessa altura os Judeus tinha que por Jesus para fora mesmo, uma informação totalmente fora de propósito. Porque com Moisés é muito nítida: “Amarás o teu próximos e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos” (Mateus 5:43-44) por quê? Definindo uma ótica diferente na grande luta. Então, o que é vencer, o que é rechaçar, o que é expulsar toma um sentido diferente. É preciso expulsar o mal que está dentro de nós, onde ele fica agasalhado, ele fica como que hibernado na nossa própria intimidade garantindo a própria evolução. Porque é uma escala ou uma escada que se forma. E nós somos posicionados em pleno meio dessa escada, com degraus que descem e com degraus que sobem. Às vezes, nós temos que dar impulso na linha espiralóide, descendo sem perder o objetivo.
Então vamos observar que vencer pelo sangue do Cordeiro é conseguir com base no sangue e no testemunho, que está logo à frente “e pela palavra do seu testemunho” (Apocalipse 12:11), é edificar uma soma de novos caracteres que possam ser pujantes, impedindo a manifestação dos padrões que até então dominavam a nossa faixa mental de cunho operacional. Então mudou com o advento do Filho que nasceu, passou a ser o seguinte: Ao invés de constranger, obliterar, impedir a manifestação de novos no sentido sistematizado, é implementar o bem. Porque o que mantém o equilibro do universo, é o amor. E o dia que o amor sair atrás da treva ou do ódio, ele deixa de cumprir as suas partes essenciais. Então hoje nós temos em meio a tarefa que nós desenvolvemos na Doutrina Espírita, aqueles que sabem que todo trabalho do bem tem reação trevosa. Todos! Se formos atrás da treva, nós paramos o que nos é competente, que é amar, que é construir. Então tem muita gente que está – Eu frequento para acabar com a obsessão. Eu tenho que eliminar a obsessão. – Vê se isso pode ser levado a efeito para nós que já conhecemos! Nós temos que fazer luz na desativação das trevas que ainda são componentes dominadores da nossa personalidade interior. Mas o que para nós representa uma ameaça sombria, para o nosso semelhante pode ser uma luz que ainda acalenta a intimidade dele segundo a ótica de vida que ele possui. Quer dizer, imaginemos aquele peixinho vermelho que nós citamos aqui a 1 ou 2 reuniões atrás, voltando para liquidar com aquário. Na hora que ele saiu e descobriu outras facetas da evolução, ele foi movido de que? De uma proposta de libertar, de ajudar aos outros. Então, é nesse sentido, numa sabedoria impressionante, porque quando nós dissemos que a revelação vem em socorro do desapertar os nossos potenciais, nós repetimos isso. A revelação é a mensagem da misericórdia divina, ajudando a cada um de nós ao despertar dos caracteres ainda amortecidos! É por isso que ela sempre chega, como ponto assim, de indicar: – Trabalha aí que tem coisas. Porque antes nós não tínhamos capacidade perceptiva dessas induções. Então a indução da revelação na medida em que a evolução vai se expressando, ela vai sublimando a fé, o que é que é isso? A inteligência passa a lançar claridade nas faixas interiores nossas e nós vamos notando que amar o inimigo hoje, é uma questão de ciência e não de religião. Aí, a fé que era bruxuleante e que a gente confiava na pessoa ou num fato ou numa situação, nós estamos confiando em um sistema e não numa pessoa. Será que deu para entender isso? Então aquele que – Ah! Eu estou aceitando você e não estou te eliminando porque o Jesus falou – este está colocando a fé em terceiros, agora aquele que não fala, às vezes, mas olha com carinho para alguém que é adversário e fala – Estou te entendendo, porque você faz parte da minha própria intimidade. – Só que eu fui mais feliz do que você! Estou conseguindo vencer essas etapas. E para você essa etapa ainda é uma questão de euforia de vida. Deu para entender gente? E na medida em que a gente for entendendo o sistema administrativo da vida, nós vamos começando a ser mais serenos. Nós ainda diante de um ataque ou de uma agressão, ainda, nos deixamos revestir da mágoa, ainda somos visitados pela inconformação, ainda somos visitados pela raiva, ainda somos visitados por uma série de situações menos agradáveis. Mas quanto mais o avanço vai se fazendo mais a mágoa machuca, mais a raiva nos aniquila, mais a inconformação nos machuca, dentro daqueles parâmetros que marcam o território que está sendo trabalhado. Então em função disso, fica o recado que a revelação define. A revelação legítima tem dois pontos importantes nela: Primeiro define um campo de diagnóstico. O que está acontecendo conosco. E aplica um componente terapêutico para as feridas que essa desinformação plena e criada.
Então se a revelação for só terapêutica, ela é incompleta. Se for apenas apresentando condições puramente profiláticas, sem alertar quanto a natureza da dificuldade e do mal, ela fica também incompleta. Então o grande desafio, por exemplo, vindo pelo campo prático, o grande desafio dos terapeutas de hoje, em todas as áreas no campo físico e no campo psicológico e espiritual, para uma grande massa é descobrir o que é que o paciente tem, e aplicar o antídoto. Para os que estão entendendo a realidade da vida de modo mais ampliado, o desafio não é esse. Porque diagnosticar, às vezes se consegue. O grande desafio é sensibilizar o paciente para as posturas mentais e operacionais que ele precisa adotar, garantindo a felicidade, que ele acha que é só sair da gelada que ele está nela. Agora se continuar só na terapia, é andar a primeira milha só! Daí a pouco ele vai cair em outros problemas. Quando nós damos a ele coragem, dentro daquilo que a espiritualidade usa muito “Tende bom ânimo”, nós vamos saindo da dificuldade, e vamos elegendo a base fundamental da salvação que é a caridade, que é o bem aplicado amplamente.
(Recorte das transcrições dos Estudos de Evolução coordenados por Honório Abreu, revisado.)