(P) – …esse fumo é importante para a gente analisar o que vem de dentro da gente. Porque o maior tormento que a gente tem é, às vezes, a insegurança de a gente pensar: Bom! Será que eu vou passar desse nível? Será que eu vou vencer esse problema? Então, essa ideia interior que a gente tem, de que não vai ultrapassar é o que gera, muitas vezes, o maior sofrimento dentro da gente.
(H) – Então você pode depreender e o grupo, que esse fumo está expresso no reflexo que dimana das lutas interiores nossas. Porque todo mundo fala em reflexo, mas pouca gente estuda o que é o reflexo – Aqui, são reflexos! Reflexos! – mas o reflexo é o atestado vivo do que se passa em nossa intimidade. O reflexo é um fato normal na estrutura mental que se projeta. Eu posso ter uma soma ampla, aí diz o estudioso, o aprendiz das estruturas profundas da mente – Ah! eu estou com a mente cheia de reflexos! – Eu prefiro não usar isso. Eu estou com a mente carregada de componentes positivos e negativos, que possam se refletir. Pois, o reflexo se dá por um processo associativo. Na hora em que eu presenciei um fato, aquela linha da minha observação ocular joga aquele fato no prisma do Centro Coronário, ao nível da epífise, com suas linhas elaboradoras dos estímulos. Então, aquele fato é jogado, pelos sentidos seja o tato, seja a audição, seja os olhos, seja o gosto, seja o olfato; então aquilo que eu captei. Jogou no centro essencial do Centro Coronário que faz o papel, ao nível da epífise, de um prisma. Jogou ali o feixe e o prisma decompôs aquele feixe, e a tônica da cor mais intensa daquele feixe é que jogou o reflexo para fora. Aí refletiu! Agora entre o acontecimento de fora e a emoção de dentro houve um processo. Então a emoção já seria resultante de uma mistura desse reflexo que tocou e tangeu determinadas áreas. Então, o que acontece? O reflexo já é o resultado de um ponto de expressão de sensibilização. Sensibilizou ali. O reflexo: eu vi alguma coisa, e fechei o rosto, que é uma série decorrente do reflexo que se instaurou em mim.
E o mesmo fato, vamos dizer, num jogo de futebol. Tem 2 times. Tem torcedores de 2 áreas, aqui. Houve um gol para o time A, aquele gol, refletiu nos partidários dos torcedores do time, o rosto alegre, sorrisos e tal. O time contrário… Não sei se vocês estão entendendo? Então, o mesmo fato instaura reflexos diferentes, de acordo com a postura e posição desse prisma interior, que vai decompor o acontecimento e jogar para fora o reflexo. Mas quando aquele que é do time contrário ficou triste, até chorou, deu um grito e xingou, nessa altura, já foi um processo desencadeado! Não é isso? Porque o reflexo instaurou a emoção, a emoção instaurou a ideia, a ideia determinou a atitude e palavras que comandaram as ações que podem ser de ódio, de desespero, de N coisas poderão surgir. Deu uma ideia para vocês? Então, esse fumo já está no que sai. E o que sai a partir do reflexo é que determina a natureza, a posição, da nossa estrutura intrínseca, que marca o nosso sistema profundo de vida. Então, elegendo, por exemplo, o processo tal de conduta, ainda, que de maneira mecanizada ou sistematizada de fora, nós estamos ingestando nesse bloco refletor novos componentes. Eu não sei se vocês entenderam? Então, Emmanuel define que não temos que fazer regressão, em tese. Não estamos combatendo regressão não. Basta examinar os reflexos. Nós atestamos o nosso ego, pelos reflexos mais intensamente operados em cada instante da vida.
(P) – Entendi. Mas eu queria saber o seguinte. E quanto a gente que trabalha, por exemplo, tem uma semana inteira, você tem cinco dias na semana. Você está no seu trabalho, você está sintonizado, você se julga em equilíbrio. Mas vem um estimulo, em determinado dia da semana que te desaba por terra. Isso significa que todo aquele seu trabalho não foi bem-feito?
(H) – Não. Pelo contrário. Você tem que continuar no seu trabalho constante, para que você possa ter instrumentação capaz de você diagnosticar porque é que você está caindo naquele dia. O que está acontecendo. Suponhamos que você marcou na sua esteira mental, pelo que está no passado seu, um acontecimento que ocorreu na quarta-feira. E aconteceu às 2 horas da tarde. Foi algo que marcou mesmo, tanto que você guarda até data, ano, semana e hora! Mas a quarta-feira passou a ser um dia “macabro” para o seu temperamento! Como você está incorporada hoje, pela reencarnação e as tendências genéticas diferentes do seu corpo anterior quando você viveu a experiência, o que é que acontece? O seu corpo de hoje, com as suas estruturas cerebrais no campo mnemônico de recordação, não tem o registro do que aconteceu, mas o seu bloco psíquico guarda o fato. E você não sabe explicar o porque a quarta-feira é um dia que você não gosta! Perfeito? Até que no final do dia não teve nada, eu até que eu fui bem, mas eu tenho uma cisma com a quarta-feira! Tem gente que guarda essas expressões, até místicas! Mas é por aí! Não é isso? Tem casos, no campo do reflexo, que são desafiadores. Nós conhecemos um caso em que a criatura definia assim – Eu entro na cozinha, mas dá uma tristeza! Mas eu adoro fazer comida! E não sei o que e tal… não tem nada! – Tinha um decalque na geladeira dela que instaurava o processo. Perceberam? Aí, nós estávamos lá conversando, sabe de uma coisa? Chega na sua geladeira (olha que intuitivamente, isso é arrimo de psicólogo espiritual, nós aqui somos apenas intuídos), retira tudo o que está pendurado, e que está lá – Engraçado! Está melhorando mesmo. – ela ficou sem saber claramente qual é que estava detonando. É muito sutil o nosso campo mental. Agora se ficar passeando nisso, nós vamos transformar o nossa vida num verdadeiro sufoco, para descobrir se é aquela pintinha do quadro, se é este apagador aqui, o que é que é. Aí vai ficar difícil. É só para mostrar didaticamente, o que acontece com o nosso campo mental.
(P) – No sentido figurativo, o grito, ele vem de fora, do alto, superior e o grito do nosso mundo interno. São dois polos, porque não coloca no novo, em modo de série, não é? Então são dois polos, vê se eu entendi direito, é como uma canalização, ela entra e vai saindo, vai entrando o positivo, vai saindo o negativo. Depois, o nosso corpo físico, a nossa mente ela vai purificando automaticamente?
(H) – Vai depender. Não é tanto sair positivo ou sair negativo. Porque nós podemos captar os estímulos negativos ou positivos. Então, vai havendo um processo de decantação, de limpeza evidentemente. Uma pessoa gritou no seu ouvido e te ofendeu profundamente. Aí, você chega em casa e conta para a sua família, com as emoções que lhe são peculiares. Aí o que aconteceu? Você laborou, recebeu aquele vinho amargoso, aquele vinagre, trabalhou com ele, e ele saiu mais azedo do que entrou. Não pode acontecer? Agora você está num processo assimilativo do conteúdo de harmonização do seu espírito, aquele material foi levado a você, você laborou esse material, trabalhou e deixou essa reserva diferente. Você pode até comentar com a pessoa amiga – Eu ouvi cada coisa que eu não queria ouvir, mas tudo bem! – Não é isso? Você se limitou a soltar o vinho azedo que você recebeu nesta expressão – Me deixou amarrotada, mas tudo bem – antes, talvez você contasse os detalhes do processo! Aí você jogou a esteira mental para a frente, realimentando a onda negativa, e distribuindo a nível das necessidades dos outros, sofrimento. Então, é bom que nós não veiculemos o mal, segundo André Luiz.
(P) – Então, é por isso que a evolução vai sendo processada, nesse processo do andamento?
(H) – Sem dúvida alguma. Cada um de nós dá a notícia ou vamos dizer: o campo mental define a natureza do que você recebe, e o campo operacional define a lisura que já tem dentro do seu coração, quanto à sua prática.
(P) – É levantar-se com os joelhos desconjuntados?
(H) – De algum modo sim. Não quer dizer que esteja enquadrando totalmente, mas de algum modo sim. É quando a pessoa está arriada com um sofrimento e resolve levantar-se, evitando que o fato que a jogou para baixo seja veiculado.
(P) – A respeito da… ele é resultante da… que a gente vive. Isso vem de outro reflexo? Isso é resultante quando esse reflexo de fora, quando é valorizado?
(H) – Olha, na medida em que você vai intensificando caracteres novos na sua intimidade pela sua capacidade de operar no bem, você vai fazendo uma mistura geral no seu campo psíquico, porque tem ali miríades de componentes que definem esse potencial, esse bloco que representa a sua estrutura psíquica.
Agora, a cada momento você pode ingestar novos valores reduzindo expressões de determinados reflexos menos felizes e intensificando reflexos outros de natureza mais positiva, reflexos que se associem, que se ajustem. Então, realmente o nosso processo é esse. Existe um diamante que é a mente nossa, o Emmanuel dá essa ideia. É um diamante. E o processo evolucional, Lívia, é burilar esse diamante! Burilar. Então, nós temos que ter um carinho muito especial com a nossa vida mental. Verificar se os fatos que nos marcaram, por exemplo, dentro do lar, um acontecimento menos feliz com um filho, se nós levamos aquela dificuldade dois dias. Ou se nós conseguirmos assimilar e limpar a área em meia hora. E às vezes aquele momento instaurou N emoções negativas em nós. Daí a pouco a gente começa a refundir, a refletir, reanalisar e daí a pouco nós estamos assim – Ah! Eu estou com vontade de dar um abraço naquela criatura, porque não tem jeito não. Tenho que conviver com ela, vai ser assim. – Agora, o outro não. Temos casos em que um fato pode acontecer e determinar um distanciamento por séculos, às vezes, de acordo com a nossa postura pessoal.
(Recorte das transcrições dos Estudos de Evolução coordenados por Honório Abreu, revisado.)