“Eu sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás…”, (Apoc. 2:13) então isso é colocado de maneira muito natural, porque nós até comentamos que Pérgamo era considerada uma das cidades importantes daquela região da Ásia. Segundo a lenda, ali, nascera Júpiter[1], aprendemos também a existência ali de todo esse conteúdo, dessa espada que é a lei, que são os recursos informativos, registramos a existência de duzentos mil volumes na biblioteca então existente nessa época, que sendo encaminhada a maioria de seus volumes para Alexandria. E quando essa parte, “o trono de satanás” a gente fez uma relação também com a serpente, fomos para o quadro e fizemos um apanhado para vocês notarem o que representa a presença de satanás como componente despertador das responsabilidades, mais claras, pela dor, a insinuação é negativa, nós naufragamos; e ficamos diante da lei que vai, no seu cumprimento, levar a gente a uma postura, apesar de tudo isto, em cima do desconforto, da dor, do sofrimento, do entristecimento. Notamos mais, que sugere a presença dessa serpente, o templo de Esculápio[2], que existia em Pérgamo, os historiadores batem muito neste particular, o templo de Esculápio apresenta exatamente o símbolo da serpente que nós observamos em textos do Velho e Novo Testamento, como sendo uma indicativa simbólica da presença das forças inferiores, por quê? Porque a grande luta que nós estamos travando no campo do equilíbrio é exatamente o chamamento dos padrões superiores via superconsciente, com base na nossa mente desperta, pelos valores intuitivos, pela proposta de aprender, recolhendo conteúdo didático para aplicabilidade na hora correta. É a forma que nós estamos tentando adotar agora, mas ao mesmo tempo os valores insinuantes, reptícios emergem da nossa própria individualidade, que são os nossos reflexos milenares. Isso vem de baixo, e o que vem de baixo foi conquistado na experiência reencarnatória, ou seja, simbolicamente podemos falar que tudo isto foi recolhido do ‘pó da terra’, pela luta travada. Agora tudo o que se recolhe do pó da terra ou das engrenagens das reencarnações, tem um papel despertador do conhecimento adquirido e de princípio assimilado. Então os valores, de princípio, assimilados permanecem, teoricamente, em nós, e pela faixa experimental eles se incrustam no nosso interior, no nosso psiquismo. Agora observamos que um grande papel está representado na marcha da evolução nossa.
Então nós gostaríamos de deixar claro porque isso aqui representa, pelo que nós temos trabalhado0 todo o sistema da nossa evolução, porque os fatos levados a efeito no piso terráqueo confirmam os padrões recolhidos do plano superior, confirma isto[anotações no quadro], e abre a instrumentalidade para uma percepção maior dos padrões superiores. Então o que se conquista na faixa humana cria instrumentalidade, porque o conteúdo que vai nos assegurar felicidade, redenção, renovação, libertação vem de cima, não é produto do que vem daqui. Eu quero perguntar se deu para entender isto?
(P) – O sr. está querendo dizer que a nossa consciência acusa que nós não estamos…?
(H) – Sem dúvida. Então, muito mais do que a gente aprender aqui, a gente sedimenta o que aprende vindo de lá. Perceberam o sentido? Então as últimas obras que estão saindo não estão projetando o nosso conhecimento na horizontal das informações, elas estão nos propondo a sedimentação dos componentes já recolhidos; e definindo assim: por que tanta horizontalidade informativa? Estão batendo muito em cima de evangelização, evangelização, evangelização, não numa pregação sistemática milenar de um Evangelho periférico, mas numa sensibilização de prática do conhecimento evangélico na vida comum de cada instante, na sua linha de praticidade. Eu pergunto, se deu para entender?
(P) – Esse debaixo aí, seria a preparação do terreno e o de cima acolhimento da semente.
(H) – Perfeito. Através da experiência aqui, nós criamos, telescópio, microscópio, psicoscópio, instrumentos captadores intuitivos, estou captando daqui[de cima], perceberam? Para poder pegar o que vem descendo. Porque a base teórica, líquida, certa, profunda da evolução está em Deus, não está em Satanás, que é essa parte debaixo aqui[anotações no quadro]. Tudo isso é trono de Satanás. Agora como é território humano, território da aplicação das nossas conquistas, o que acontece? Esses componentes arregimentados são instrumentos operacionais, o que vem de cima são elementos orientadores, então de cima vem orientação e de baixo chance de aplicabilidade.
(P) – Mas aí é que a ciência oficial não acredita, não é?
(H) – Não.
(P) – Ela só acredita nesse problema que vem de baixo, o que vem de cima ela acha que não. Tanto é que as pesquisas que eles estão fazendo deve explicar que só por esse instrumento eles vão conseguir. Não vão, não é?
(H) – Não vão conseguir. Vocês vão observar essa obra que foi editada agora do Emmanuel (nós não comentamos aqui, porque não temos por norma essa prática) chamada Em Espírito e Verdade[3], recebida por um médium de Mário Campos, o médium Wagner Gomes da Paixão, o trabalho inteiro dessa obra é neste sentido. O autor define espiritualização, espiritualização, espiritualização, vivência, vivência, vivência. É impossível viver numa nova projeção de vida só na horizontal informativa. Então nós vamos notar que está sendo desta forma o enfoque dos nossos benfeitores.
(P) – Sr. Honório tem uma expressão que Jesus fala, mulher a hora é essa; esta a hora vem, seria um momento de despertamento do espírito singular que ninguém desperta antes da hora?
(H) – A existência de Deus é Deus em espírito e verdade. O que é isto? Em espírito e verdade? Deus na sua concepção teórica espírito, verdade é aplicabilidade que é essa espada de dois gumes aí.
(P) – Essa caminhada que faz aí tem um momento de despertamento?
(H) – Sim. Sabe por quê? Porque toda a condição, até a própria ciência que se falou agora que é muito materialista, mas alguns outros autores estão ousando em trazer ou avocar dos valores espirituais.
(P) – Não temos um…
(H) – O Fritjof Capra[4], quem já leu O Ponto de Mutação ou outra obra dele, já notaram o quê? Que ele é um físico, mas está avocando elementos espirituais para poder sublimar a própria ciência. O que define isso? Que nós temos que realmente ficar atentos. O mundo cá de baixo não leva nada, tem muita gente aqui que já aprendeu uma coisa, quem está lutando para a hegemonia aqui na Terra são os nossos colegas. Estou acusando vocês? Não, não é isto? Entenderam? Não são eles? Nós temos que lutar para crescer na profissão que está nela, mas isto é dentro de uma luta relativa: pode ajudar a ter mais conforto, mas vai resolver os problemas de base? Nunca, isto nós já fizemos lá trás, na política, que mais? No campo do poder, no campo da moeda, do saber, nós notamos isso e queremos estar na ponta, lutando contra os outros. A luta hoje não é contra os outros, a luta hoje é contra nós mesmos, independente do que estamos… Agora a gente fala isso com toda a cautela, porque muitos avocando isso nos séculos que se passaram, largaram a vida fisica, e se deram mal, entenderam agora? Se fanatizaram, querendo lutar contra o mundo achando que tem que alienar – O mundo é sórdido, o mundo é do diabo. – mas não é isso, é uma expressão simbólica de profunda razão. Então esse trono, nós temos coparticipação nele, só que é um trono que manda muito aqui ó. Mas no crescimento efetivo ele é abominado, ele não pode agir de modo a projetar no crescimento, porque os planos da revelação vêm, como Jesus diz e João registra: “Eu não vim de mim mesmo, o Pai me enviou.” (João 8:42). Então nós estamos na evolução sistemática que vem debaixo para tentar alcançar o superior.
(P) – Então essa palavra que vem é que já estava dentro e saiu. Não é uma palavra de fora para dentro.
(H) – Tudo o que nós dissermos de for produto da nossa hegemonia pessoal, da nossa monopolização pessoal, está sendo…, isso é uma expressão complicada, mas é realidade. É tudo que está vinculado ao campo sensório da nossa individualidade, que visa reconforto, que visa todo um padrão eminentemente humano. Agora esses padrões são para que a gente possa alterar. Como é que eu vou poder alterar junto de uma criatura que está crescendo, se eu não sou capaz de chegar até ela com os instrumentos que ela possui e que eu tenho também. Alguma pergunta?
(P) – Sr. Honório, essas experiências do passado, elas formam um corpo que os orientais chamam corpo intuitivo? Que servem como respostas as vezes num ato…?
(H) – Aí nós teremos que trabalhar com paciência, porque determinadas frentes que tratam das bases fundamentais ou da psicologia tem uma expressão inconsciente. Esse inconsciente, tanto que quando falamos dessa área[de baixo, no quadro], preferimos ao quê? Subconsciente, por quê? Porque aqui eu tenho certeza de que estou num patamar inferior. Porque esse inconsciente pode representar todo o mecanismo já vivido, incrustado e hibernado dentro da gente, como pode representar um painel enorme de valores não ainda operacionalizados. Não é isso? Então toca lá para cima e toca lá para baixo. Ao passo que o subconsciente eu estou lidando só com o debaixo, por quê? Eu coloco o superconsciente em cima, que representa essa parte do inconsciente que não foi revelada. Então nós podemos naufragar aqui ou penetrar aqui, aí sim, é toda uma faixa cujo substrato da experiência ficou aqui. Agora é um substrato assim, tem ponto aqui, ponto aqui, “n” pontos aqui. Essa soma de “n” pontos, cria um denominador aqui hoje. Entenderam gente? Todos eles atuam na minha seletiva de cada momento, seletiva de projeção, de experiência ou vivência, tudo pesa aqui. Agora é tão linda essa faixa de registro, que se eu voltar nesse ponto aqui[anotações no quadro], o que vai acontecer? Ele deixa de ser um ponto para ser um painel vigoroso de informações, porque eu começo a trabalhar… é igual no computador, eu vejo na primeira relação aquele elemento registrado lá, se eu puxo o programa lá, ele me dá outra decomposição, se eu for no sub registro, ele me dá outra decomposição, não é assim que funciona? Quem está trabalhando na área sabe disso. Então eu tenho um pontinho aqui que se abre em miríades de esclarecimentos, definindo que o processo foi de compactar para um computador vivo na nossa mente, um padrão que não deixa de irradiar também. Está irradiando tudo isso aqui nesse pontinho. Logo nós vamos observar que todos os valores nossos estão incrustados aqui. Agora isso aqui não cria o meu “eu”, por quê? Porque a tudo isto para o meu ‘eu’, tenho que somar o meu ideal, as minhas cogitações, o meu grau de fé, o meu grau de interesses. Entenderam gente? O “eu” da criatura pode ser o “eu” que está flutuando por aí, vive “no mundo da lua”. Perfeito? Praticamente naufragou isso aqui, sumiu com isso e está pesando muito as faixas de interesse dele. Então é por isto que nós ficamos nesse verdadeiro mar de acontecimentos.
Então, o mar idealístico nosso tem muitas pedras tangíveis, fatos tangíveis, situações tangíveis, que são esses valores. Deu uma ideia para pensar o que é a nossa vida? O que é o trono de satanás? Então na hora em que ele começa a mandar é trono mesmo. É um trono com uma peça viva sentado nele, que manda e desmanda no nosso psiquismo, não tem gente assim? Até presta culto. Como é que se presta culto a ele? Curvando-se a ele pela prática daquilo que ele irradia.
(P) – Deixa ver se eu entendi, por exemplo, esse primeiro ponto aí é como se eu tivesse ali trabalhando no princípio começando com o egoísmo. Estou começando a melhorar, lá na frente eu estou já num estágio melhor, mas eu caio as vezes numa fraqueza, por egoísmo, aí, eu voltei a prática, eu voltei e vi que não foi bom para mim, é um despertar. Então vou deixá-lo lá atrás e o melhor que eu faço é não cair novamente.
(H) – Exatamente. Agora se você estiver muito empenhada naquilo que está querendo fazer, você acaba encontrando justificativa aqui. Perfeito? Justificativa dentro de uma postura sua de mergulho no subconsciente, você começa a ver o mundo em volta, tem gente que faz exatamente o que está querendo fazer de novo, esse é que é o processo, porque nós encontramos linhas de outorga, de aprovação no meio ambiente em que nós vivemos. Tanto que quando a gente vê alguém aprontando, ele pode estar correto, nós estaremos errados se estivermos no lugar dele.
(P) – Uai! Sr. Honório, precisa alienar o mundo, mas aí a gente pode mandar isso tudo pra cucuia, qualquer expressão menos feliz pode cortar tranquilamente, sem medo de errar.
(H) – Quem sabe! Então está fácil.
(P) – Sr. Honório, esse processo de assimilação dos valores superiores, ele então só vai mudar a partir dessa nova estrutura que foi sendo criada nas faculdades para ele.
(H) – Sim.
(P) – Então a gente poderia até falar da interdependência, quer dizer, uma coisa muito …
(H) – Certo! Só que todas as vezes que você vem aqui[sub] e se deixa levar por esses componentes, por exemplo, “descia um homem de Jerusalém para Jericó” (Lucas 10:30) é uma queda no subconsciente, concorda? Agora quando nós estamos muito seguros, entre aspas, dessa descida, nós vamos usar toda a sofisticação que nós aprendemos aqui para adotar aqui por quase sempre os que cresceram foram os líderes lá de trás. Os capelinos quando chegaram aqui foram os líderes e até hoje. Entenderam o sentido? Por quê? Porque nós levamos os padrões que nós já conquistamos nessa subida toda para sofisticar isso aqui. Está informado de tudo isso aqui, e o que está chegando aqui, não tem ainda.
(P) – Nós acreditamos que o grande expoente que comanda todo esse processo horizontal aí chama materialidade.
(H) – Sem dúvida.
(P) – Essa espiritualidade.
(H) – Perfeito.
(P) – Então, de vez em quando, precisa vir um auxílio externo para despertar esses valores de orientação para o alto. E que a humanidade gasta muitos milênios, as vezes, inserido neste contexto de baixo.
(H) – Sem dúvida, nós entendemos assim, vamos notar isso, quando é que há a queda? É quando nós entramos nas faixas de Balaão ou dos Nicolaítas.
(P) – Mas essas faixas aí elas não são tão simples de serem modificadas, porque da mesma forma que a evolução é uma lei, o automatismo também é uma lei.
(H) – Sem dúvida.
(P) – Então, toda vez que nós acionamos esses componentes de passado, esse automatismo ele fica mais vivo e o processo de mudança torna-se…
(H) – Fica mais suscetível de insucesso.
(P) – Sr. Honório, tem o problema do rebelde, é difícil num processo normal, mas quando entra em lugar da rebeldia que a pessoa já não é mais por dificuldade, é por teimosia? E aí como é que fica? Avalie isso.
(H) – Mas até a rebeldia pode ser um padrão conquistado no plano do automatismo.
(P) – Ah ! É?
(P) – Pode! Eu falo do rebelde, conhecedora do assunto. Então isso é uma conquista que a gente faz, a questão daqueles que vieram aqui com poder nas mãos, não é isto? Os capelinos, que o Honório trouxe, eram rebeldes que quiseram o quê? Construir o paraíso deles na terra.
(H) – O que não fizeram lá, tentaram aqui.
[1] Júpiter, também chamado de Jove (Jovis), é o deus romano do dia, do céu e do trovão e o rei dos deuses na mitologia romana, comumente identificado com o deus grego Zeus.
[2] O santuário de Esculápio(derivação em latim do nome do deus grego Asclépio) em Pérgamo, na Ásia Menor, foi, no século II E.C., destino de viajantes das mais diversas regiões do Império Romano e que, ali, desfrutavam de práticas que iam além das necessidades e objetivos devocionais e medicinais.
[3] Referência ao livro Em Espirito e Verdade, psicografia de Wagner Gomes da Paixão, pelo espírito Emmanuel.
[4] Fritjof Capra (Viena, Áustria, 1 de fevereiro de 1939) é um físico teórico e escritor que desenvolve trabalho na promoção da educação ecológica.