Então, essa sexta trombeta, praticamente, já nos coloca assim num plano bem finalístico, na busca da sétima laçada que representa estabilidade, que representa o piso, num patamar conquistado, às vezes, a duras penas! Não vamos nos esquecer disso. Trabalhamos nas reuniões anteriores sobre os cavalos, como instrumentalidade, e os cavaleiros, como os agentes da evolução. Mas se de um lado, nós temos os agentes, os cavaleiros e temos os cavalos com o poder na boca e nas caudas… Agora o assunto é tão importante, que nós não podemos entender que não sejamos, desculpa a expressão, figuradamente os animais ou os cavalos! Os próprios médiuns, na nomenclatura de determinadas frentes espiritualistas, são chamados de cavalos; por que é que são chamados com essa expressão assim aparentemente dura? Você é um instrumento, você é que leva o cavaleiro. O cavaleiro é que determina. O cavalo tem uma expressão acentuadamente passiva. Enquanto o cavaleiro é o agente com sua capacidade ativa. E há sempre uma interação de padrões entre esses elementos.
Então é preciso que nós tenhamos essa visão bem ampliada. Vocês notam que os agentes, os cavaleiros, apresentavam determinados componentes irradiadores. Qual eram eles? O fogo, jacinto e enxofre. E os cavalos? Fogo, fumo e enxofre, a definir algumas pequenas diferenças, que já foram de algum modo trabalhadas. Então, vamos observando que o trabalho se desenvolve no versículo 18, “Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens”, isto é, “pelo fogo, pela fumo, e pelo enxofre, que saíam das suas bocas” (Apoc. 9:18). Então nós observamos que esses cavalos representam os componentes irradiadores do pensamento superior, como também pode sair através dessas instrumentalidades aqui os planos irradiados da nossa própria intimidade. Então minha instrumentalidade faz o papel de condutor. O que saí da boca, normalmente, é o que nós temos represado no coração. Não é assim mesmo? Então é o cavalo, é o instrumento, é o corpo, é o veículo que transmite o que tem na essencialidade.
Então observamos que essa terça parte, representa um grande número de criaturas que vem passando por um estado de morte, então quando se fala em matar a terça parte, não são os que estão aqui! Ficou claro? São os próprios indivíduos que estão alterando a fundamentação de vida! Uma reunião como essa aqui opera morte! Vamos tirar opera morte, uma reunião, como essa, entrega à morte! Porque o que vai operar a morte, é atividade de cada instante no contexto em que nós estamos engajados. Ficou claro? Aqui nós criamos uma concepção, uma conceituação, não. Ela vem devagar. Estamos aqui concebendo novos sistemas de vida. Eu tenho que aprender a desarmar o coração, mas a minha vida é mantida pela resistência do meu coração. Não é? “Comigo é assim faltou levou! Esta é a minha vida, a minha personalidade.” Aqui eu aprendi que tenho que ser mais sereno. Então eu saio aqui com sentença de morte. Não saímos? Saímos com ela. Agora na hora que alguém me dá um impacto, no dia a dia, na hora de relação, eu mantenho firme numa proposta de tranquilidade, de segurança, de não resistência, de compreensão, aí os Espíritos:
– Olha! Está mudando! Não é mais aquele, está sendo mais brando! Custou quatro ou cinco reencarnações! Agora, vamos ver se ele vai em frente, porque vai aparecer outros.
Na hora que chegar o quarto ou quinto, ele fala:
– Já não aguento mais! Eu sou aquele mesmo velho!!
E solta os cachorros. Aí os Espíritos falam assim:
– Não nasceu direito não.
O filho que se ia constituir, não conseguiu sobrevida. Voltou o homem velho. Esse é o mecanismo renovador que a Doutrina Espírita propõe: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, pelos esforços que emprega para domar as suas inclinações más” (Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 27, item 4).
(P) – André Luiz fala muito da nossa área de agir e do nosso raio de ações. Raio de ação pode dizer na profundidade, ter vários significados até o nosso campo finalístico na prática, como na expressão de sentimento.
(H) – Sem dúvida, porque as vezes o que nós estamos querendo é legítimo. Mas, às vezes, o que estamos querendo, não pode ser atendido naquela hora, por isso é que não somos donos do contexto no seu plano em geral. É preciso entender isso! Nós temos muitas experiências vivenciadas e vocês também as tem, em que aquilo que vocês tentaram a vida inteira, chegou num determinado momento. Ou não aconteceu isso, ainda? E a gente olha assim e diz: “Graças a Deus que não chegou naquela época! Porque senão seria um desastre”.
Então, nós estamos num momento, do mundo que só a transição pode oferecer para nós. Aquele momento de arregimentarmos uma série de propostas. Mas ao tempo em que essas propostas nos atingem de modo informativo amplo, observamos que o campo aplicativo necessita de um bom senso, de um equilíbrio, de uma segurança, e principalmente, saber conjugar os fatores para que tudo venha com naturalidade.
(P) – Aí usa a palavra maturidade, porque se eu estiver nesse processo de reajustamento, mas que não tiver trazendo a maturidade, quer dizer que não foi jogado folha ao vento.
(H) – Não é propriamente isso, porque a maturidade, podemos dizer que ela é “resultante de”. Nós podemos dizer que é o próprio acontecimento que nos matura. Mas ao mesmo tempo, é preciso maturidade em outros ângulos, para que a incorporação do novo caractere possa surgir. Entendeu? Ou eu atrapalhei sua pergunta? Deu para entender? Porque maturidade é uma expressão assim que nós, as vezes, não temos ainda. Nós estamos aplicando na nossa vida, determinados padrões a nível experimental e de amadurecimento gradativo. Devagarzinho é que ela vai maturando.
(P) – Eu tenho aprendido que eu não posso tirar algo negativo de dentro de mim e colocar algo positivo porque a energia é neutra. Então, eu tenho procurado no meu dia a dia transformar a energia que, as vezes, emerge um pouquinho querendo voltar, levar para o passado, eu administro, uma posição que no passado fazia de determinada maneira, percebo que eu ia fazer da mesma maneira, troco a minha resposta àquilo e faço de maneira diferente conforme eu tenho apreendido. Porque eu não coloco remendo novo em tecido velho!
(H) – Perfeitamente. Tem que haver uma lisura. Quanto mais maior a assepsia daquelas vibrações complicadas, mais nós caminhamos para um remendo novo em posturas novas. O trabalho nosso, parte naquela extraordinária linha de expressão trina – o pensamento, a palavra e a ação (capítulo 16, Cartas do Alto). Nada obstante, tem uma relação muito próxima entre ação com a palavra, porque a palavra também pode ser ação. Nós vamos notando que no processo inverso, o fato é o mesmo! Nós vamos aqui do pensamento, da palavra e da ação. Vamos reduzindo isto, no retorno de retificação. Reduzindo até que isso aqui[no quadro] se modifica e começa a sair pensamento, palavra e ação, em características renovadas. Nós fazíamos, a luta está mostrando que não se deve fazer, mas falamos ainda. A palavra ainda deixa reflexos desses componentes que não foram desativados, porque se extirpar perde-se a evolução. Então as torres que nos levam em contato com o infinito estão assentadas no nosso subconsciente. Se eu tirar fora isto, elas vão cair, e nos perdemos a linha de contato.
(P) – Aquele processo que o ser falou da volta no homem velho? É isso que é a dizima periódica 666 ao infinito?
(H) – Sem dúvida, perfeito, é nesse sentido. Agora, então eu vou desativando a ação e ainda falo, daí a pouco a palavra vai sendo escoimada, vai sendo reduzida, vai sendo até melhorada “Ele não falou não, mas usou uma palavra e o que ele queria dizer era isso! Porque eu conheço!” Ainda sai meio floreado lá embora não seja aquela palavra fechada, contundente. Até que o pensamento se reformule, e nós iniciamos um outro sistema concomitante de pensamento, palavra e ação em expressões diferenciadas.
(P) – Despertamento, não é?
(H) – Exatamente. Nós estamos aprendendo uma evolução a partir da elaboração mental, é esse o sistema que temos que aprender. E é devagar o mecanismo, ninguém retira uma postura de séculos ou de milênios, numa atitude, numa resolução de imediato, vamos assim dizer. Pode ser até intempestiva, mas pode não ser eficiente.
Então o que é isso? Nós deixamos de ser avaros, mas não vamos ser mão aberta a não ser por um expediente de fanatismo ou extremista que não tem endosso educacional, ainda.
O mecanismo educacional é formação de caracteres. A educação como conjunto de hábitos adquiridos. Então, vai devagar, porque são hábitos. Então eu não posso sair daqui e naquele portão: “Eu mudei, eu sou outro!”, não. Eu estou elaborando outras posições, isso é muito valioso. Então nós viemos de uma vida assim, não é só ser avaro segurando não! Avaro atraindo, atraindo, dentro da força egocêntrica que irradia incessantemente. E como tudo tem resposta, aí ele começa a arregimentar padrões e não solta, aí fica hipertrofiado no isolacionismo. Não é assim mesmo? Ele se isola. Está cercado de muita gente, mas não tem amigos efetivos. Esta é a vida em todas a áreas de nossas falsas posições. Aí a misericórdia trabalha com a gente, mas não vamos sair da avareza e entrar no altruísmo de uma vez. O passo número dois, na busca de uma resolução, passa por um processo chamado inconformação. A pessoa vem numa outra vida, não mais assim, ela abriu um bocado, notaram? A mulher dele fala com ele assim:
– Meu irmão está precisando de um dinheiro!
Ele põe a casa para quebrar, mas empresta. Entenderam? Ele não é um avaro que prende, mas é um inconformado que reclama, que bate o pé.
– Ele vai me pagar mesmo, tem certeza? E se ele não me pagar, quem é que vai cobrir?
E sofre amargamente, mas pegou o cheque e assinou, entregou para ela. Entenderam? Sai da avareza e entra na inconformação! Aí os Espíritos falam assim: “Primeiro sinal de morte!” Notaram a morte? Morte de uma expressão vivencial, fazendo emergir uma nova estrutura vivencial em novas bases.
(Recorte das transcrições dos Estudos de Evolução coordenados por Honório Abreu, revisado.)