Estudando com Honório Abreu

Evolução, Evangelho e Espiritismo em sua essencialidade.

Olhos como Chama de Fogo

por | ago 1, 2025

De  modo que esses “olhos como chama de fogo”, têm nos sugerir isto – capacidade de visualizar, de ver. Quando nós falamos em olhos, dentro do contexto espírita, é obvio que não se trata mais dos olhos físicos, podemos colocar os olhos como todos os componentes que trabalham sobre a tutela direta da visão profunda do diencéfalo[1] ao nível do centro coronário, que possui no fisiológico, a epífise como ponto de referência. O centro coronário ele é radicado no perispírito. E ele tem uma função irradiadora, refletora, do plano fisiológico nosso também. As oscilações  glandulares da epífise, com maior ou menor secreção, com maior ou menor interferência nas demais glândulas de secreção interna, depende muito do estado irradiador da mente, via perispírito.

Agora não é só o estado irradiador no plano intelectivo não, pesa  demais, o sistema emocional e do sentimento do indivíduo. Um  centro laríngeo, ele é mecânico. Naturalmente está vinculado às glândulas de secreção interna que se vinculam-se a essa região – fala bobagem, maltrata, acusa, ironiza, crítica, tira o bem-estar dos outros pela voz, mas isto aqui é mecânico, não tem responsabilidade ética, evangélica ou moral. Mas a conexão dele com o coronário é que vai, como que  abri-lo em um terreno mais ampliado, se estiver feliz nas  exposições que faz  ou vai obliterar, levando mesmo a determinados desníveis vibracionais no perispírito, promovendo em reencarnações futuras, alterações na região. Com  suscetibilidade para infecções a curto prazo ou mesmo distorções ou anomalias na estrutura de faringe, laringe, cordas vocais,  a tudo que interessa a essa parte. Mas não foi o centro laríngeo que criou, foi o impacto moral que incumbe ou está afeto ao centro coronário.

Então esta visão, ela tem que ser trabalhada. No capítulo XI de Lucas, diz assim: “E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, ou sob o velador ou sob o alqueire, coloca no velador, para que ela possa dar à luz aos que entram” (Lucas 11:33) a candeia do corpo é o olho, por quê? Quanto mais harmônica esta capacidade de visão da individualidade, mais luminoso é o corpo. “Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo será tenebroso” (Mateus 7 : 22-23) a  definir que tudo reside na faixa mental nossa, de acordo com o que eu elaboro, eu dou o colorido mais intenso ou menos intenso, mais ou menos selecionados dentro de planos vibracionais cada vez mais sutis. Então esta chama de fogo pode estar miscigenada por muitas escalas na faixa de ondas. Ela pode ter uma emissão de um fogo realmente no seu sentido bastante preso à retaguarda fisiológica, ao corpo puramente. Como pode trabalhar na estruturação  da aura,  que é decorrente destas emissões do centro coronário ou do olho profundo do diencéfalo, apresentar uma coloração que tende mais para a escala que caminha para o ultravioleta[2], na filtragem da luz do prisma. E não quer dizer que o encarnado não tenha o vermelho ou infravermelho, tem por que está no corpo, no mínimo tem um infravermelho ou vermelho ou outras sub vibrações que tangem ao encarnado em si. Mas dentro das expressões morais podemos vibrar lá no outro lado do prisma, na faixa de onda do violeta ou ultravioleta. Então, a mente é que fala.

Tanto é que a nossa aura pode ser mudada amplamente, numa palestra. O vidente nota, tem hora que caminha para isso, tem hora que caminha para aquilo, por quê? Porque além de um denominador comum que marca a minha individualidade, porque a vibração é esta. Só o tempo que é capaz de mudar este denominador da aura. Mas, de maneira eventual, eu vou mudando-a, a cada momento. Se eu tenho uma crise de ódio, se olhar a minha aura, ela está saindo faísca vermelha. Mas, se eu estou fazendo uma prece, com todo sentimento, quem me vê assim, acha que é um anjo que está dentro de mim – Olha que beleza de cor! – daí a pouco eu saio destes dois estados, entro no denominador de minha vida, eu volto para o meu padrão normal. Pode até conferir! Ponto a ponto, os registros,  porventura, existentes, se fossem assim. Agora mudança é o tempo que vai operando. Se eu passo 10 anos, 15 anos dentro daquela linha que se propõe no Evangelho: de perseverar, na expressão “Eu conheço as tuas obras, tua caridade, teu serviço, tua fé, tua paciência” e ninguém tem paciência não, não tendo paciência, não tem alteração, tem lances fugidios. Paciência é ter calma e investir naquilo que se elege. E é a paciência que vai modificando o denominador de toda uma estrutura.

(P) – Como pode se ver e sentir a ampliação do prisma? É na compreensão de sua modificação?

(H) – É o que nós estamos comentando aqui. Como a gente pode ajudar os outros, em nome desta amplitude de Tiatira sem estudar, sem conhecer, sem interessar-se num progresso desta ordem? E muitas lutas existem, em todos os recantos do mundo, nos lares e tal, porque nós elegemos uma forma de ser, de ver o mundo, os fatos, as pessoas, e queremos que todo mundo se ajuste à nossa ótica. Não se sabe, por exemplo, em sã consciência, em um grupo de 5 a 10 pessoas, quem é que está com a verdade? Se você analisar com calma, nenhum deles está com a verdade, possivelmente, estaremos na busca dela.  Agora, cada um deles possui uma faceta da verdade, que pode interessar aos outros. Mas, ao invés, de nos amarrarmos as facetas positivas que podem nos ajudar, nós nos amarramos na soma imensa de caracteres negativos, que acabam criando conflitos.

(P) – Eu fico imaginando que estes olhos, nós vamos ver o mundo de acordo com aquilo que na realidade somos na intimidade.

(H) – Sem dúvida. A nossa visão (temos estudado isto quando nós trabalhamos sobre a epífise, sobre a glândula pineal, gerenciando, sendo aquele posto avançado fisiológico, do centro coronário.) o que acontece? Ela recebe a luz no seu impacto, e, faz um papel de prisma, decompõe, para facilitar a nossa capacidade de analisar, mas o que é que faz? Bate aquilo… tanto é que quando acontece um fato, de repente, na nossa vida, nós somos tocados no global. Mas, em rápidos segundos, a gente pensa assim: “Mas ele é meu irmão! Mas  ele é  isto, é aquilo…” numa rapidez incrível foi decomposto aquilo. Não acontece isso com a gente? Mas na mesma rapidez que aquilo é decomposto, nós tornamos a fechar. É como se nós voltássemos num feixe refratado do prisma, voltamos, damos marcha à ré. E ele sai globalizado e no globalizado, nós perdemos todas, porque o nosso lance global, sempre costuma ter um lance de características mais negativas do que positivas; porque nós temos o nosso interesse de resguardar o nosso patrimônio. E quando nós temos a segurança necessária na análise, sem qualquer preocupação de medo, de covardia, de afastamento, de correr, de fazer isto ou fazer aquilo, nós analisamos com tranquilidade. De vez em quando, nós vivemos estas experiências, até em sonhos, sonhos, as vezes, cabulosos, em que a gente vive uma situação e fica apavorado, muitos deles, às vezes, até são enquadrados como verdadeiros pesadelos.  Mas,  são quase sempre expressões ou fatos que ocorrem conosco para poder medir a nossa capacidade de solução, e ver o que é que a gente vai fazer. Se você se ver acuado, por exemplo,  com cinco elementos querendo te agredir (isso pode acontecer) o que é que você fez? Você entrou em prece? Você procurou uma arma para atirar? Você investiu contra eles? Você usou de sagacidade para encontrar uma saída? Quase sempre dentro desses lances é que a gente acaba dando um atestado do que vigora em nossa personalidade, no campo da vigília, do dia a dia.

(P) – Esta investida na quarta igreja, nós termos que está embasado nestas duas expressões, de uma percepção avançada e segurança máxima. Jesus quando João Batista disse: “não sou digno de desatar-lhe as correias”, queria mostrar para nós que com ele que nossas bases estão garantidas.

(H) – Sem dúvidas. Às vezes quanto mais descalço mais segurança nos pés. O que manda aí é o sentido profundo, da segurança pessoal intima e não do exterior. Bem lembrado!

(P) – Aí a questão vem, a apresentação dos olhos. Como os olhos se apresentam. Como  chama de fogo. A gente faz a correlação direta com uma expressão mais sutil de ser, como sendo de uma centelha divina. Aí, a gente vai caminhando no versículo nestas correlações. Então, a chama de fogo, nós atribuímos à centelha divina. Então, olhos que vêem de forma essencial. Portanto, vai ter condição de decodificar segundo um padrão de profundidade na centelha divina. Então, ele consegue ver além desta aparência exterior. Então, não há segredo, porque foi na intimidade profunda e resgata tudo aquilo que o outro também tem.

(H) – É um assunto interessante que vai nos abrir um outro terreno mediúnico. Vai ser muito difícil uma visão… porque diz o Evangelho que Deus é luz, Deus é amor. Então, luz e amor, tudo se miscigena. Então, a nossa faculdade de ver dentro destes potenciais que a Lenice está trazendo, pelo que eu depreendi nas palavras dela, isso tudo vai implicando também, a uma proposta nossa de operar cada vez mais objetivamente, com essa faculdade de ver. Nós não fomos criados para ver, dentro de um plano de entretenimento. Durante muito tempo a gente achava que nas noites enluaradas nós olhávamos para a lua e ficávamos maravilhados, uma estrela de uma escura,  como se fosse para entretecer a nossa intimidade. Hoje, nós já falamos de vida nisso aí. Um chamamento ao nosso plano de reflexão pessoal,  de analise, mostrando que é exuberante no Universo, as faixas de trabalho. A capacidade de ver se vincula, muito, às nossas disposições profundas de operar no bem. Seria isso Lenice?

(P) – E dentro desse mesmo raciocínio, a gente poderia caminhar em prol do Sermão da Montanha. “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”. E no Livro dos Espíritos, tem a correlação de que,  nós não entendemos Deus, por quê? Falta o sentido. O Sentido!  Então, define esse crescente na visão, e chegou que a expressão máxima seria a capacitação intuitiva. Vai caminhando, caminhando, até chegar nos planos intuitivos. Então é o sentido para compreender Deus. Aí chega na profundidade.

(H) – Entenderam,  companheiros?

(P) – Então, a gente proporciona, a gente cresce dentro de nós e não no outro. A gente procura aprender no outro.  A gente procura aprender no outro, no exterior, o que Deus quer?

(H) – Isto poderia sintetizar, pelo que eu depreendo, que quando sai, sai por reflexo, não sai de um fulcro emissor. Então, nós temos uma elaboração na intimidade da mente que é o espelho da vida, em que o padrão vai na face desse espelho que é o sentimento, e se expressa, já definindo alguns circuitos na intimidade. Tanto é que quando os espíritos nos ensinam sobre a aura, eles nos definem isto. Então, os padrões são decodificados na intimidade, formando o nosso piso pessoal. É daí que se reflete. Não tem nada que reflete sem passar por aqui primeiro. A nossa vida é uma constante processo de melhoria dos centros de ondulações, o que é que é isso? Melhorar a posição do espelho, porque a razão, segundo Emmanuel, é o centro das ondulações. Então pela vontade, eu coloco o espelho naquela posição ideal, isto é que a razão indica.

Agora, o reflexo dos padrões luminosos ou das faixas ou das ondas, depende da capacidade maior ou menor de pureza dessa face do espelho, porque o sentimento é a face. Então, não adianta ter um espelho dentro da minha casa que reflete tudo e está embaçado! E, dão as encarnações que fazem, com a proposta reeducacional, é que vão fazer a limpeza desse espelho. Agora, não adianta eu limpar o espelho, se eu não sei trabalhar a posição dele. O espelho tem que ser burilado, bonitinho, trabalhado, clareado, esfregado pela reeducação. E tem que ter o conhecimento, a postura pessoal, o equilíbrio,  para saber como é que você  posiciona esse espelho.

Isto nos mostra o seguinte: não cabe numa evolução consciente, ampla para os planos maiores, fixar este espelho em lugar definido. O lugar definido é aquele que eu elegi na minha caminhada e crescimento para Deus, junto ao trabalho, mas eu tenho que mudar a posição a todo instante. Quando um psicólogo, por exemplo, está cuidando lá do seu paciente, numa psicoterapia, ele está fixando, ele mudou a posição do espelho dele, estava preocupado em casa… voltou para lá. Estava preocupado com o outro paciente anterior, muda um bocadinho a posição do espelho. Notaram o sentido? O professor preparando uma aula, mudou  a posição do espelho; o médico fazendo um exame no paciente; o engenheiro elaborando uma planta ou o arquiteto trabalhando a sua linha de criação; muda a posição do espelho! E essa mudança vai ser cada vez mais exata,  na medida em que ele tem gabarito interior para posicionar. É o enriquecimento da razão com padrões suficientemente pleno para que ele seja feliz e tenha êxito na posição do espelho.

[1]Capítulo 17, do livro Evolução em Dois Mundos, Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz.

[2]Refere-se à análise da luz dividida em suas diferentes cores ou frequências, formando um padrão que pode ser visualizado e estudado. Este padrão, chamado espectro eletromagnético, inclui desde ondas de rádio de baixa frequência até raios gama de alta frequência, com a luz visível ocupando uma pequena faixa desse espectro.

(Recorte das transcrições dos Estudos de Evolução coordenados por Honório Abreu, revisado.)

Clique para baixar o arquivo em pdf.

[1]Capítulo 17, do livro Evolução em Dois Mundos, Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz.

[2] Refere-se à análise da luz dividida em suas diferentes cores ou frequências, formando um padrão que pode ser visualizado e estudado. Este padrão, chamado espectro eletromagnético, inclui desde ondas de rádio de baixa frequência até raios gama de alta frequência, com a luz visível ocupando uma pequena faixa desse espectro.

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