(P) – Dentro disso que o senhor trouxe do livro Pensamento e Vida, mas no livro Perante Jesus, Emmanuel também fala da remuneração espiritual, que quando realmente a lei de Causa e Efeito nos busca para realmente ressarci, e nos encontra no trabalho espontâneo no bem, tudo isso é modificado de uma forma que nós não podemos avaliar perante a nossa caminhada.
(H) – O que nós podemos depreender que todos esses tratadistas, escritores que falam da harmonização do campo mental, do pensamento bastante equilibrado e positivo, no fundo eles estão certos. O que falta às vezes para esses companheiros, não é de maneira pretensiosa que nós falamos que falta não, eu até queria comparar. O que a gente observa é a falta de um conhecimento mais aprofundado do plano do psiquismo do ser a nível da evolução do Espírito. Isso aconteceu com Freud, aconteceu com Darwin na seleção das espécies, e aconteceu com N outros tratadistas que têm obras maravilhosas trabalhando o plano da vida íntima do ser. Mas como eles não conhecem que às vezes nós temos… a solução está aqui (no quadro): você[paciente] vai firmar com muito carinho nessa criatura e emitir pensamento positivo, mas ele[terapeuta] não sabe que os dois foram inimigos ferrenhos ontem, quer que faz um milagre. Então na hora que ele começo lembrar dele aí ele desespera, o coração dispara, daqui a pouco tenho de procurar um cardiologista – Será que eu estou errado, entendi errado? – Entendeu certo, então tem que ter calma. Na hora você viu lá que bateu, faz uma prece e sai da faixa, preparando o terreno para um grande encontro no futuro. Vocês entenderam? Então, a falta do conhecimento espiritual tem amarrado muito o plano do desenvolvimento do ser.
(P) – Eu queria que senhor esclarecesse para mim esses detalhes de uma reunião em que você começou a falar do conflito afetivo, né? Agora que você falou de repouso, eu gostaria que o senhor falasse sobre esse conflito que as pessoas vivem e tem agido mal em alguns momentos, e essa necessidade de repouso[“E a arca repousou, no sétimo mês… Gênesis 8:4].
(H) – Então vejamos: Temos N componentes que detonam esse desequilíbrio, porque acima da nossa elaboração mental, nós temos os registros de profundidade do nosso psiquismo, como esse que eu falei “lembra da pessoa, dispara o coração”, por quê? Porque nós entramos em relação menos feliz. Se nós entrarmos num ponto de relação que é o mais emergente na nossa vida hoje que é o plano da sexualidade, a gente vai encontrar uma série de resistências e de linha de simpatia com as pessoas com quem nós convivemos. Por quê? Porque a energia magnética gerada ao nível do instinto sexual do elemento, essa energia se carrega dentro de nós. É como se houvesse um acúmulo de elemento dentro do nosso plano psíquico, não é só do orgânico não, porque o orgânico está ligado aos campos hormonais só. Mas a energia do seu campo magnético se ajusta… Então ela polariza toda a instrumentalidade psíquico-física nossa. Então dizem os nossos benfeitores que essa energia como que domina tudo, todas as áreas. E na medida que ela vai carregando, vai se ampliando, ela vai, como que, marginalizando todas as outras forças da nossa intimidade. E na hora que há o grito de sobrepeso da energia magnética dentro de nós, movida por essa instintividade ao nível do sexo, nós temos que descarregar essa energia.
(P) – O senhor fala em raio de emoção, em raio de desejo? É isso que o senhor está se referindo?
(H) – Nem tanto, porque aí no campo, ele está num estado… há uma mistura nisso aí. Só que o raio do desejo ou o raio de emoção[1] é uma superação do pensamento, como o pensamento é energia eletromagnética, então entra na pauta também como um subproduto ou uma derivada dessas cargas também. Só que o elemento se vê polarizado, e tem que descarregar essas energias todas magnéticas que acumulou sob a tutela do sexo. E na descarga irrefletida dessas energias é que nós criamos uma grande parte dos nossos problemas com vistas ao futuro. Tanto que o processo poligâmico do ontem, nós estamos o desarticulando ainda hoje. Apesar de muitos estar ainda vivendo um processo poligâmico – mulheres e homens. Vamos notar que nesta hora que ela se descarrega, em se tratando das criaturas embrutecidas, cria processos de inter-relação, porque nós podemos em nome da descarga, estar lesando corações. E todo aquele que entra na euforia de qualquer tipo sob as lágrimas de outrem, vai ter que enxugar suas próprias lágrimas num futuro mais próximo ou mais remoto. Como é que a gente encontra esses elementos na frente? É como nós costumamos dizer: tem uma multidão de 50, 60, 70 pessoas, você olha assim tudo desconhecido, é uma massa só. Daqui a pouco cruzou o olhar com uma criatura, tun: acendeu a luzinha, às vezes é uma criatura sem nenhuma expressão no campo da simpatia, da estrutura pessoal, mas os olhos marcaram o coração dele, perceberam? Então aquilo emerge numa linha de relação que nós cultivamos, quem sabe né? Aí começa a desencadear todo um processo de sofrimento. Quantos casos a Casa[Grupo Emmanuel] aqui atende dentro do plano dos desajustes e das dificuldades ao nível de sexualidade, da afetividade, das linhas de relação entre os seres no campo conjugal. E o mundo vive numa fase dessas, muita gente casada, mas na busca da felicidade porque não tem dentro do casamento. Outro comemorando bodas de prata, de ouro e nunca se amou aquele casal. Debaixo de impactos religiosos, debaixo de impactos outros, de facilidades, não deu certo com esse eu vou com aquele, não deu com aquele eu vou com outro e vai piorando a situação às vezes, quem sabe? Pode até encontrar alguma harmonia, algum repouso, mas não é fácil.
(P) – Vai precisar de muita abnegação…
(H) – A carga de Noé dá tudo nela.
(P) – Você falou muito bem quando diz da descarga irrefletida, irresponsável. É preciso lembrar que essa energia que nós vamos usar plenamente, é essa daí, só que sem os desvios, sem irreflexão que nos caracteriza no mundo. Então quando nós operarmos nessa faixa, é importante nós sabermos que é preciso operar bem, e não deixarmos o projeto. O projeto não é deixar de operar, é operar bem, não operar irrefletidamente, não operar irresponsavelmente. Você já imaginou essa energia toda colocada num passe, o poder energético que isso tem?
(H) – O processo da sexualidade é que mantém o equilíbrio do Universo. O instinto sexual na linguagem dos espíritos é o amor em expansão em todo o Universo. A energia sexual é inerente à própria vida, e o erotismo, como fator de magnetismo humano no plano das relações magnéticas. Então o que que nós encontramos? É que o Sol, mantendo os planetas em órbita está dando um atestado de sexualidade. Os elétrons em torno do núcleo em um átomo, é sexualidade. Uma célula em estado de mitose tem forças negativas de um lado e positiva do outro, promovendo uma linha de bipartição gerando uma filha espiritual, porque a célula mãe joga o seu psiquismo para a periferia, e a célula que puxava de cá com a célula negativa de cá (no quadro), tomam posição nas células filhas. Deu para entender? Então nós temos duas células que se corporificaram num processo natural de equilíbrio e uma outra caiu[saiu] para a periferia, se ela[se referindo a celula que saiu] tem uma carga sexual intrínseca positiva[ativa], vai agir positivamente numa bipartição celular à frente. Porque não é só um sistema mecânico não, existe algo de atração ali. Quando um orador faz um discurso, é sexualidade, quando ele polariza a assistência é o orgasmo que se faz presente e que ele sai feliz e o auditório mais feliz ainda, perceberam o sentido? Tem algo que nós temos que aprender, que por enquanto está distante, porque quando fala em sexo nós lembramos da implementação da ação sexual apenas, aí fica tudo meio reduzido.
(P) – Fica difícil entender o que você está falando e o que André Luiz traz para a gente, separar uma coisa da outra. Muito dificil entender…
(H) – Exatamente, porque o nosso vocabulário ainda é muito falho, e é difícil de trabalhar com esse assunto porque o nosso plano informativo no campo do sexo é cheio de tabus, cheio de recalques, cheios de desmandos, cheio de ideias ou preconceitos. Então quando se entra no assunto cada qual leva para um campo, porque nós ainda estamos dando os primeiros passos agora. A extensão do sexo é outra coisa, não tem nada a ver. O que que nós estamos propondo aqui é trabalhar com forças em outro nível, para tentar reduzir as investidas e controlá-las. Nós vamos notar o seguinte: um processo desajustado ao nível de uma confiança recíproca, de um par, por exemplo, em que uma criatura é lesada na sua intimidade, pela falha, de alteração do compromisso, o que que acontece? Se o parceiro lesado ou marginalizado tiver uma estrutura espiritual condigna e justa, ele administra o processo, porque ele entra em relação com outros tipos de propostas do Universo, do mundo em que ele está ajustado. Se ele não tem uma informação nítida, ele vai transformar o campo mental dele em verdadeiras emissões pestilenciais de desajuste e de desregramento. Vai cair em processos muito tristes de desequilíbrio total, nos campos da histeria, nos campos do despeito e do ciúme principalmente. Então o despeito e o ciúme, vocês vão notar que sempre estão caminhando juntos. Quase sempre decorrente de falhas, de lesões no campo da confiança em vidas anteriores. Então, despeito e ciúme(no quadro), e isso aqui alimentado, constantemente, gera a tensão psíquica. E a tensão psíquica cria as anomalias da depressão nervosa, do desequilíbrio emotivo, das ulcerações e das disfunções celulares. Então tem um companheiro hoje lutando com a depressão da mulher, ou vice-versa. Ele costuma estar no piso do problema lá atrás, quase sempre cheio de depressão, cheio de dificuldade, mas alimentando um ciúme doentio, tem ciúme até do artista de televisão que está assistindo. Porque não perdoa, porque foi lesado, então as promessas feitas…, a gente acha – Ah, isso é papo furado! – promessa é promessa. Agora a perda do contrato que é conhecida como adultério, não é só no plano da sexualidade, em outras áreas também, no campo do sexo que está sendo… Então nós não sabemos, numa análise tranquila de uma dificuldade de separação de dois elementos quem efetivamente adulterou. Se foi o que teve contato com outro parceiro ou outra parceira ou se foi um problema gerado na linha conflitante dos dois. Entenderam? Porque a manutenção da linha de relacionamento, é como se fosse cuidar de uma máquina para que ela esteja sempre funcionando a contento. Agora, se não houver esse cuidado, a esse respeito, a gente acha que é o fulano que pisou na bola quando o outro é que precipitou a pisada na bola também. Isso acontece muito.
(P) – No, no caso de uma reencarnação quando um pisou na bola com outro, aí eles voltam na próxima pra tentar conciliar. Há um reflexo do que foi prejudicado?
(H) – Conforme o caso, há, nem todos, porque a carne oblitera as lembranças do passado. Mas nós temos casos assim, só para ter uma ideia.
(P) – Guarda ressonância?
(H) – Pode guardar ressonância. O conhecimento espírita…, analisemos por exemplo, um casal: Se casaram aqui em Belo Horizonte, viajaram e foram trabalhar fora, e eles tem lá dois anos em plena lua-de-mel. Num determinado momento um rapaz convida um colega para passar o fim de semana em casa – Vamos lá tomar uma cervejinha – não acontece isso? O elemento foi e gostou. No princípio ele ficou pensando e tal, na outra semana voltou, na outra voltou, daí começou a haver uma liberdade da cozinha para a sala, copa, terreno e tal, daí a pouco instaura-se um processo magnético entre eles, não pode acontecer? Abriu as portas, falta equilíbrio, fechou o circuito. E acabou que esse episódio acabou num crime, numa dificuldade complicada aí, marcando as necessidades de respaldo futuro. Passam-se os anos e volta os dois elementos para cá. O que eram os dois que eram casados, viu o outro fechou o circuito de amor outra vez, o primeiro filho é um rapaz, que tinha que ser modulado agora em outras fundamentações do amor. No dia que a companheira falou que estava grávida, aí pôs para quebrar – Logo agora, que não sei o que, que eu estou tentando… – fechou a cara, e foi um período grande para aceitar a ideia. Surgiu aborto, surgiu tudo que se possa imaginar. Aí nasceu o menino, foi toda alegria novamente, porque na hora que chega… Num determinado dia o menino tá lá com um ano e pouco, ele chega em casa e encontra a mulher com o menino no colo – Vem cá gracinha e tal – ele passa e já fecha a cara – Que isso toda cheia de coisa com… – é assim que aconteceu com Júlio, lembra aquele do livro Entre a Terra e o Céu. Aquela companheira casada(Zulmira-segunda esposa) ela começou a cultivar ciúme, porque quando ele chegava abraçava as crianças primeiro, onde deu-se todo um processo de dificuldade. Então nós vamos lembrar que isso acontece. Então quando a gente vê isso dentro de casa, com o conhecimento espírita, a gente não tem que ficar vendo fantasma não, mas tem que ter um desconfiômetro. Então quando eu digo assim para a mulher – O que que há com essa criatura aqui, você esquece dos outros, só esse, só esse! – ou então o pai que teve o filho como sócio na vida passada, que ele prejudicou, menino ganhou bicicleta, ganhou moto, ganhou um carro, ganhou isso, e o outro está lá assim… – Essa peste, isso não vale nada não! – está tentando pagar a ele o que tirou da vida passada. Isso faz parte de uma engrenagem. Então esse mecanismo envolvendo sexualidade, trocas, permutas magnéticas é que cria tudo isso. Então o conhecimento está nos ajudando a administrar essas tendências para encontrar um plano de harmonia, porque está precisando sair da arca agora.
(P) – Mas a terra que estar enxuta, não?
(H) – Tem que estar enxuta, mas podemos cuidar para enxugar essa terra e auxiliar para que vencer.
(P) – Eu queria saber sobre o chacra genésico, se ele influi na infidelidade?
(H) – O que influi a infidelidade é o chacra ou o centro coronário. O genésico apenas obedece.
(P) – Aquela passagem… que tinha várias mulheres, e não queria contentar só com uma, querer ter várias…
(H) – Mas não é por causa do centro genésico. O genésico pode estar exigindo mais do mecanismo dele, mas tem a filtragem do centro coronário que é o que superintende todos os demais centros. Na reunião passada que nós colocamos o genésico aqui no infravermelho, e colocamos o coronário lá no ultravioleta, a definir que isso funciona num prisma, trabalhando todas as forças, passando pelos demais centros nossos, o centro emocional ou do coração, o cardíaco, o gástrico que é a alimentação, o centro esplênico do controle sistema hemático, o centro cerebral, principalmente, o laríngeo que também tem seu papel.
(Recorte das transcrições dos Estudos de Evolução coordenados por Honório Abreu, revisado.)
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[1] Capitulo 13, do livro Evolução em Dois Mundos, Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz.